Pois é, você, eu, NÓS, do bloco-do-eu-sozinho, graças a Deus e à midia, já temos nosso dia prá comemorar!
Aliás, homenagem muito justa, afinal esta vida de restaurantes badalados, barzinhos da moda, saraus, deliveries, fast food e microondas é por demais estressante!
Sem contar os riscos cardíacos, pois o coração do solteiro está sempre aberto a novas aventuras e sobressaltos inevitáveis. Aliás, a América mais uma vez saiu na frente nos brindando com o "Guia do Solteiro", um manual de sobrevivência de utilidade incontestável que nos oferece verdadeiras pérolas de sabedoria. Diz que os solteiros estão sempre na moda porque destroem suas camisas e cuecas nas lavanderias e que comer pizza fria no café da manhã é o maior exemplo de liberdade deste estado civil. E glorifica esta condição argumentando que foi o escolhido por Jesus Cristo, Sherlock Holmes, Nietsche, Voltaire, Zorro, Batman, Pato Donald, muitos imperadores romanos e quase todos os papas.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo IBGE cerca de 57,9 milhões de pessoas estão sozinhas em todo o país. Mas qual será o motivo disso?
O Vila Dois foi conversar com o terapeuta especializado em relacionamentos Sergio Savian para tentar achar respostas para tantas pessoas estarem sozinhas. Sergio explica que hoje diminuiu muito a cobrança para que a pessoa se case e a importância da individualidade aumentou o que faz com que muitas mudassem suas visões sobre ter um parceiro. “As pessoas não trocam facilmente seu caminho individual pelo caminho do amor. Desenvolveu-se a noção de que é possível ser solteiro e feliz, em contraposição à antiga frase que dizia que é impossível ser feliz sozinho.”
A conclusão disso é que não é mais vergonha ou tristeza estar sozinho, é só uma condição diferente. “Antigamente, uma mulher solteira era discriminada como ‘a solteirona que ficou pra titia’. O homem solteiro não conseguia alcançar cargos de chefia. Tudo isso ficou no passado.”
Se mesmo assim você não se convenceu e quer alguém para estar junto com você, mas acha que está difícil achar uma pessoa que não tenha medo e tope se envolver, o terapeuta explica o motivo disso. “Perder a cabeça, colocar os dois pés em uma relação, entregar-se ao amor está cada vez mais raro. Talvez porque o nosso coração esteja endurecendo, talvez porque estejamos mais superficiais. Ou quem sabe o amor mudou e de agora em diante não terá mais solidez? Estamos ao meio de uma profunda transformação. Ainda é muito cedo para julgar. Quem sabe não estejamos aprendendo a amar de outra forma, mais abrangente, saindo do romantismo do século passado, rumo a um amor mais universal?”
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